Ref.: MpoErec12-002
Apresentador: Joyce Batista Azevedo
Autores (Instituição): Azevedo, J.B.(Universidade Federal da Bahia); Almeida, I.O.(Universidade Federal da Bahia); Silva, B.d.(SENAI CIMATEC); Melo Cardoso, P.S.(Centro Universitário SENAI CIMATEC); Santos, M.M.(Faculdade de Tecnologia SENAI CIMATEC);
Resumo:
A impressão 3D, por meio da técnica Multi Jet Print (MJP), representa um método eficaz para produção de peças com elevada precisão. Este processo utiliza um cabeçote de impressão análogo ao utilizado em impressoras jato de tinta, depositando camadas de material fundido para moldar a peça desejada. Inicialmente, um modelo digital em 3D é concebido e preparado para impressão através de softwares de modelagem. Os materiais empregados no MJP abrangem diversos polímeros termoplásticos, entre eles o Polipropileno (PP), Policarbonato (PC), Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS) e Poliamida 12 (PA12). Destacando-se frente aos demais polímeros utilizados no processo MJP, o PA12 sobressai devido a uma série de propriedades vantajosas como resistência mecânica, estabilidade dimensional e compatibilidade com processos de pós-processamento, translucidez e acabamento superficial conferem-lhe uma posição privilegiada na fabricação de peças com alto padrão de acabamento. Quanto ao reaproveitamento dos resíduos gerados no processo de MJP com PA12, é viável reciclar parte desse material. Os resíduos de PA12 podem ser reincorporados na máquina em uma certa quantia para serem novamente utilizados no processo de impressão 3D. No entanto, para as peças defeituosas, ainda não há um estudo específico sobre seu reaproveitamento. Vale ressaltar que o material reciclado pode apresentar propriedades ligeiramente diferentes em comparação com o material virgem, devido a possíveis degradações durante o processo de reciclagem. Portanto, é imprescindível avaliar a qualidade e as propriedades do material reciclado antes de sua reutilização. Sendo assim, este estudo caracterizou as propriedades térmicas e reológicas da PA12, após seu uso no processo de manufatura aditiva. Através da variação do peso durante a obtenção do índice de fluidez, estimou-se o comportamento reológico do resíduo. Além disso, técnicas como Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) e Termogravimetria (TGA) foram empregadas para caracterizar as propriedades térmicas do PA12. A análise DSC revelou uma temperatura de cristalização de 143.69°C e a presença de um pico endotérmico em 189.44°C, indicando a fusão cristalina nesta temperatura. Já a análise termogravimétrica identificou uma degradação térmica inicial em 397.92°C, com uma perda significativa de massa (~90%) entre 400 e 500°C. Ao entender como os materiais se comportam sob diferentes condições de temperatura, é possível otimizar os processos de reciclagem, minimizando perdas e maximizando a qualidade dos materiais reciclados. Portanto, essa caracterização térmica e reológica desempenha um papel fundamental no reaproveitamento de resíduos, fornecendo informações críticas para o desenvolvimento de práticas de reciclagem mais eficazes.