Ref.: McePr04-001
Apresentador: Matheus Godoy Fonseca do Carmo
Autores (Instituição): do Carmo, M.G.(Universidade Estadual Paulista); França, T.V.(Universidade Estadual Paulista);
Resumo:
Processo muito comum no acabamento de peças cerâmicas, a retificação também ocasiona efeitos
indesejados, como irregularidades na superfície e micro trincas, devido à forma com que o material é retirado. Essas ocorrências comprometem as características do material e, por isso, devem ser tratadas/removidas por processos subsequentes para que a peça possa desempenhar sua função como originalmente planejado. Tal necessidade por pós-processamento se reflete em maior tempo de produção e, consequentemente, em maior custo de produção. Uma alternativa para contornar esses problemas é fazer com que a remoção de material se dê dentro do regime dúctil ao invés do frágil. No regime dúctil, a camada superficial é arrancada de maneira mais “suave”, minimizando a formação e a propagação de trincas e resultando em um acabamento mais homogêneo. Apesar da vantagem teórica apresentada com relação ao processo tradicional, a “retificação dúctil” de cerâmicas é limitada a condições muito restritas, como profundidades de corte de ordem micrométrica ou inferiores, que tornam sua aplicação em escala comercial um grande desafio. Tradicionalmente, a identificação do mecanismo de remoção atuante é feita pela observação da superfície resultante com microscópio eletrônico de varredura ou microscópio de força atômica, impossibilitando o acompanhamento em tempo real e dificultando essa análise na linha de produção. Por isso, o desenvolvimento de uma técnica mais “acessível” é importante para viabilizar o monitoramento durante o processo. Um primeiro passo para vencer esse obstáculo é compreender melhor as condições sob as quais é possível, ou não, realizar a retificação de diferentes materiais dentro do regime dúctil. Nesse sentido, a capacidade de identificar e predizer o comportamento do material, bem como avaliar o que isso representa em termos práticos para a peça/produção de maneira automatizada pode ser um caminho interessante para o futuro. O objetivo do trabalho é estudar as condições sob as quais há a transição entre os comportamentos de materiais cerâmicos, possibilitando melhor entendimento para uso futuro em aplicações de monitoramento e controle. As amostras serão produzidas pela retificação e riscamento de uma peça plana ligeiramente inclinada com relação ao sentido de avanço do rebolo/identador de forma que a profundidade de corte varie ao longo da passada do rebolo/identador na peça, visando produzir superfícies de regiões distintas com relação ao mecanismo de remoção de cavaco, isto é, no início do contato do rebolo com a peça espera-se obter regiões retificadas onde ocorre o regime dúctil, e, após uma determinada profundidade de corte, regiões onde a remoção se dá no regime frágil. Além disso, espera-se também obter uma região intermediária entre ambas. As regiões serão classificadas de acordo com o mecanismo de remoção de material predominante no local, pela análise da superfície usando microscópio ótico e/ou MEV e métodos de perfilometria.