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Ref.: MmeEte17-001

Auxílio da Ferrografia Analítica na interpretação de resultados de ensaios de desgastes realizados com Biolubrificantes

Apresentador: Aparecido Carlos Goncalves

Autores (Instituição): Goncalves, A.C.(universidade estadual paulista); Albuquerque, M.d.(Universidade Estadual Paulista);

Resumo:
A ferrografia analítica desempenha um papel crucial na manutenção preditiva, que é uma abordagem proativa para a gestão de ativos e equipamentos. Essa técnica fornece informações valiosas sobre a condição interna de máquinas e componentes, permitindo a identificação precoce de problemas potenciais e a programação de intervenções de manutenção antes que ocorram falhas catastróficas. A ferrografia permite identificar partículas desgastadas, inclusões não metálicas e outros indicadores de desgaste nos componentes. Ao analisar amostras de óleo lubrificante ou fluido hidráulico, a ferrografia analítica pode oferecer insights sobre a saúde dos componentes internos, como engrenagens, rolamentos e outros elementos críticos. Mudanças na concentração e na composição de partículas podem indicar desgaste anormal. Este trabalho trata-se da utilização da Ferrografia analítica para interpretação de resultados de desgastes realizados com dois lubrificantes vegetais aditivados, comparados a um mineral, também aditivado. Para auxiliar na interpretação dos resultados foi utilizado o software open source Image J e um pequeno programa desenvolvido em Python. Foram utilizados, nos ensaios PIN –ON-DISK, um pino de aço e um disco (copo) de bronze. Como lubrificantes vegetais foram utilizados óleo de Canola e óleo de milho para comparação a um mineral básico. A carga utilizada foi de (5,000±0,001) kg e a velocidade foi de 0,495 m/s, As rotações foram monitoradas por um tacômetro Oppama modelo Pet – 2000 DX. Cada amostra foi submetida a 12 horas de ensaio de desgaste, totalizando aproximadamente 21,36 km. Todos estes óleos foram aditivados com vários aditivos como ácido bórico, ácido esteárico, molykote e propil galato. Através destes ensaios foram feitas várias lâminas no ferrógrafo. Os ensaios de PIN-ON-DISK apresentaram desgaste concentrado principalmente no copo de bronze, enquanto o desgaste no pino de aço foi proporcionalmente pequeno. Este resultado foi confirmado pelos valores observados na análise do espectrômetro de raios-X , onde a quantidade de cobre nas amostras foi consideravelmente maior em todos os ensaios quando comparada as quantidades de ferro. Quanto às partículas observadas nos ferrogramas das amostras pode-se destacar o desgaste severo, com partículas alongadas e com estriados paralelos, encontrados em mais quantidade nas amostras de óleo mineral. Enquanto nas amostras de óleo de canola as partículas mais comuns foram as de riscamento, caracterizadas por partículas planas e estriadas. As amostras de óleo de milho apresentaram mais partículas consistentes com falha de contato de escorregamento, partículas em forma de plaquetas laminares. Do observado pode se dizer que o desenvolvimento do software de análise de partículas de desgaste, através das imagens digitais, necessita aprimoramento. A complexidade dos modelos necessários para uma abordagem de aprendizado de máquina é um obstáculo a ser superado e são assuntos para os próximos trabalhos.