Ref.: MceCa02-001
Apresentador: Karla de Almeida Duran
Autores (Instituição): Duran, K.d.(Universidade Federal de Alfenas); Storion, A.G.(Universidade de São Paulo); Freschi, G.P.(Universidade Federal de Alfenas); Maestrelli, S.C.(UNIFAL - MG); Fanis, J.B.(Universidade Federal de Alfenas);
Resumo:
Preocupações com o meio ambiente tem sido tema de elevada atenção devido à natureza persistente de contaminantes orgânicos emergentes, como é o caso de corantes e fármacos em corpos hídricos.A presença de medicamentos contaminantes nesses ambientes apresenta potenciais riscos aos quais os organismos vivos estão expostos direta ou indiretamente. Contaminantes orgânicos emergentes (COE´s) de origem farmacêutica tem sido detectados em peixes e outros animais aquáticos; o crescimento populacional,aliado ao aumento no estresse do cotidiano e a descoberta de novas drogas têm gerado uma busca cada vez maior pelo consumo de medicamentos. Substâncias psíquicas são prescritas cada vez mais frequentemente em todo o mundo e têm levantado preocupações, pois mesmo após tratamento em estações de efluentes, por vezes os analitos se mantêm presentes. O Cloridrato de fluoxetina é indicado para o tratamento da depressão, ansiedade, bulimia nervosa, transtorno obsessiva-compulsivo, tensão pré-menstrual e irritabilidade e têm sido largamente consumido pela população. Metabolizada pelo fígado, a fluoxetina é largamente excretada pela urina e, em menor grau, pelas fezes; possui tempo de meia-vida de excreção de quatro a seis dias e a de seu metabólito ativo em quatro a dezesseis dias. Pesquisas diversas têm sido realizadas no intuito de investigar esse fármaco, considerado um composto orgânico ambientalmente persistente e um contaminante emergente. Dentre elas, a fotocatálise por nanopartículas, objetivando a oxidação química avançada em subprodutos de menor impacto e toxicidade ao meio; todavia, há muita ainda a ser feito para se compreender o processo de degração e o efeito dos subprodutos nos dieferentes meios. Essa pesquisa objetivou produzir corpos cerâmicos porosos a base de ZnO com e sem a adição óxido de grafeno (GO) e investigar o efeito desses materiais na fotodegradação de fluoxetina, com o intuito de minimizar o impacto negativo oferecido aos seres vivos quando em contato com esse fármaco/contaminante nas águas. Para isso, foi realizado um estudo inicial envolvendo parâmetros como teor e tipo de aditivos, formulação, condições de secagem e queima, além de outras variáveis de processamento, a fim de se obter um procedimento padrão para a produção de peças porosas a partir de barbotinas a base de ZnO, com e sem a adição de GO. Os corpos porosos produzidos foram caracterizados e também imersos em solução de fluoxetina sob radiação UV-Vis e a solução foi investigada por meio de Cromatografia em Coluna Líquida (HPLC) sob o aspecto de análise da redução, de quantidade presente em meio líquido, do fármaco fluoxetina, por meio da fotodegradação. Comparou-se também, a partir das análises o efeito da presença de adições de GO no processo. Os resultados e a análise estatística dos dados indicaram que a presença de GO não afetou consideravelmente os resultados obtidos de fotodegradação, com bons resultados já apresentados somente com ZnO.